O que é autismo?

O Autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por alterações na comunicação social e no comportamento. Pessoas autistas podem também apresentar alterações sensoriais, respondendo de maneira diferenciada aos estímulos recebidos do ambiente. Apesar de ser um transtorno permanente, sem cura, é cientificamente comprovado que a intervenção precoce intensiva e baseada em evidência pode alterar o prognóstico e suavizar essas características.

Transtorno do Espectro Autista (TEA) é a denominação oficial, a partir da mudança na Classificação Internacional de Doenças, publicada pela Organização Mundial da Saúde  - o padrão global para informações de diagnóstico de saúde. Em vigor desde janeiro de 2022, a CID 11 passou a englobar como TEA todos os transtornos e síndromes relacionadas.

Embora seja bem amplo, o autismo tem uma escala definida de avaliação baseada no nível de dependência da pessoa e da intensidade das características, sendo dividido em nível 1, nível 2 e nível 3. Essa classificação está definida na última edição do Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais  (DSM-5), elaborado pela Associação Americana de Psiquiatria.

Todavia, dentro de um mesmo nível, nenhum caso é igual ao outro. Por isso, é fundamental avaliar as especificidades de cada um e compreender os graus de comprometimento que a pessoa pode ter em sua independência e autonomia, assim como qual a dificuldade que ela eventualmente possa encontrar para estabelecer e cultivar suas relações interpessoais.

Desta forma, é possível encontrar o tratamento mais adequado e acompanhar a pessoa com TEA, tornando os ambientes físicos, sociais e atitudinais mais acessíveis e inclusivos.

Níveis de autismo

 

Nível 1

(exige apoio)

Nível 2

(exige apoio substancial)

Nível 3

(exige apoio muito substancial)

Comunicação Social

- Apresenta déficit na comunicação social causando prejuízos notáveis nas interações sociais;
- Há interesse reduzido por interações sociais.

- Quando apresenta déficit grave na comunicação verbal e não verbal, causando prejuízos de funcionamento e limitação nas interações sociais.

- Quando há déficit grave na comunicação verbal e não verbal, causando prejuízos graves de funcionamento e grande limitação nas interações sociais.

Comportamento

- inflexibilidade de comportamento, dificuldade em trocar de atividade, obstáculos para independência (dificuldade de organização e planejamento)

- Apresenta inflexibilidade de comportamento, dificuldade em lidar com mudanças, comportamentos restritos/repetitivos que interferem no funcionamento.

- Há inflexibilidade de comportamento, extrema dificuldade em lidar com mudanças, comportamentos restritos/repetitivos que interferem acentuadamente no funcionamento.

Fonte: adaptado do DSM-5 (APA, 2014)



Conhecendo mais sobre os níveis de Autismo

Nível 1

As pessoas que se enquadram no nível 1 do TEA apresentam sintomas menos graves, por isso é denominado como autismo leve. Muitas vivem e trabalham independentemente, precisando apenas de um suporte mínimo em suas atividades do dia a dia. Algumas conseguem driblar certas dificuldades em contextos sociais, por isso, muitas vezes, o TEA vai passando despercebido e o diagnóstico pode vir só na fase adulta. Além disso, no autismo de nível 1 há menos comorbidades associadas. 

Pessoas previamente diagnosticadas com Síndrome de Asperger se enquadram nessa categoria. Geralmente têm habilidades verbais normais, mas acham difícil manter conversas regulares com os outros e podem ter dificuldades com algumas tarefas, especialmente aquelas que exigem decisões repentinas ou que alterem rotinas regulares. 

As características menos evidentes levam as pessoas a pensarem que as particularidades no comportamento da pessoa com autismo leve estão ligadas com seu jeito ou personalidade. Mas características leves não significam que o autismo não impacte a vida da pessoa e as relações sociais. O TEA aparece, é sentido pelo autista e percebido pelos outros, e a incompreensão em torno de seu comportamento pode ocasionar situações de sofrimento.
 
Nível 2
Pessoas com autismo de nível 2 geralmente precisam de apoio para responder às exigências do meio, ou seja, precisam de assistência para realizar atividades da vida diária, tanto em casa como na escola, e têm alguns desafios com a comunicação verbal. Com o devido auxílio, conseguem socializar com outras pessoas, porém, as conversas podem ser atípicas e simplificadas, com linguagem repetitiva ou ações verbais não funcionais. Ainda podem preferir comunicar-se através de sinais ou dispositivos tecnológicos. 

Pessoas com autismo de nível 2 podem apresentar certa fixação em alguns comportamentos, como uma repetição de hábitos, o que causa dificuldades nas configurações sociais, escolares e profissionais. Por exemplo, andar na ponta dos pés ou girar em torno de si ou de outros. Para esses indivíduos, as tarefas de autocuidado podem ser muito desafiadoras. Também podem ser super ou pouco sensíveis a sons, luzes e outros tipos de estímulos. Aqui, mais comorbidades aparecem e somam-se ao diagnóstico.
 
Nível 3
Indivíduos com autismo de nível 3 estão no extremo mais grave do espectro. Essas pessoas precisam de muito suporte nas tarefas do dia a dia e precisam de assistência significativa para aprender habilidades importantes para a vida cotidiana, como vestir-se, alimentar-se e fazer a higiene pessoal. As disfunções afetam gravemente a capacidade de funcionar na escola, em casa ou no trabalho, ou mesmo de ter interações e relacionamentos sociais. 

Frequentemente não são capazes de viver de forma independente, têm iniciativa muito limitada e grande dificuldade para conversar, com comunicação mínima ou importante comprometimento de fala. Muitas das pessoas diagnosticadas são não verbais, ou seja, não falam e precisam de um suporte de comunicação alternativa para expressar o que desejam. 

No autismo de nível 3, há uma fixação extrema em alguns comportamentos, muitas vezes atípicos, e a exclusão de outros. Há uma repetição acentuada dos comportamentos restritos, e isso pode afetar gravemente as atividades diárias e o envolvimento com os outros. Podem preferir isolar-se e costumam apresentar muita dificuldade para fazer o que não lhes interessa. Além disso, a incapacidade de comunicação e a sobrecarga sensorial podem levar à frustração e a comportamentos agressivos ou prejudiciais em relação a si e aos outros. Mesmo com o tratamento intensivo, as terapias em consultórios, o acompanhamento de especialistas e o apoio em casa, pessoas com autismo nível 3 geralmente têm pouca autonomia na vida.

carteira de identificação do autista

Dados do autismo em santa catarina

19 Fevereiro, 2025
mulher em pé fala ao microfone, atrás pessoas sentadas em plateia de auditorio

Autismo: FCEE qualifica corpo técnico na metodologia de Ensino Estruturado

Um grupo de 50 profissionais da Fundação Catarinense de Educação Especial (FCEE) iniciou nesta semana uma capacitação na metodologia de ensino estruturado para crianças com autismo, promovido pela instituição com o objetivo de qualificar o corpo técnico. A…
20 Dezembro, 2024
montagem com 3 imagens com ilustrações, na esquerda mulher segura bebê e texto amamentação, no meio bebê engatinha e texto desenvolvimento motor e na direita criança pequena senta no vaso sanitário e texto desfralde.

Estimular para Desenvolver: nova série da FCEE traz orientações para famílias

A Fundação Catarinense de Educação Especial lança neste final de ano a série “Estimular para Desenvolver”, com três panfletos para impressão abordando os temas Amamentação, Desfralde e Desenvolvimento Motor. Os materiais, produzidos pelo Centro de…
13 Dezembro, 2024
Imagem: Um homem no centro da imagem. Ele tem cabelos pretos, é calvo e está sorrindo. Usa paletó azul marinho, aberto, com camisa azul clara.  Ele entrega uma carteirinha a um jovem, branco, de  óculos, que está de costa na imagem. O garoto usa uma blusa azul. Todos na imagem estão em pé. Do lado dele há uma senhora loira, branca, de blazer verde e blusa cinza observando a cena. Em suas mão segura algo parecido uma agenda. Do outro lado do jovem tem uma mulher morena, cabelos ruivos, também de blusa azul, que segura levemente as costas do jovem que recebe a carteira. Ao fundo, desfocado, aparece uma senhora branca, loira, que usa um vestido lilás claro. Todos estão na sede do Governo de Santa Catarina.

Governo de Santa Catarina lança aplicativo para benefícios de pessoas com deficiência

O Governo do Estado de Santa Catarina, por meio da Fundação Catarinense de Educação Especial, lançou nesta quinta-feira, 12, o aplicativo “FCEE Digital”, novo sistema que permitirá o credenciamento e a emissão digital das carteiras de Passe Livre…
24 Setembro, 2024
Uma mulher branca , loira, vestindo uma blusa preta está em pé, segurando um microfone. Atrás dela surge uma imagem no retroprojetor com os dizeres: inclusão profissional das pessoas com deficiência: formulários de funcionalidades para o acesso e permanência com igualdade de oportunidades

Inclusão profissional de pessoas com deficiência é tema de pesquisa na FCEE

Fortalecer a inclusão e a permanência das pessoas com deficiência nos postos de trabalho em igualdade de oportunidades com as demais pessoas. Foi com este objetivo que nasceu a pesquisa intitulada “Inclusão Profissional das Pessoas com Deficiência: Framework…
O Portal do Autismo é uma iniciativa da Fundação Catarinense de Educação Especial (FCEE), instituição de caráter beneficente, instrutivo e científico fundada em 1968 com a missão de definir e coordenar a política de educação especial do Estado de Santa Catarina, fomentando, produzindo e disseminando o conhecimento científico e tecnológico desta área. O conteúdo está baseado principalmente nas Diretrizes dos Centros de Atendimento Educacional Especializado do Estado de Santa Catarina - Transtorno do Espectro Autista (FCEE, 2022).
JSN Boot template designed by JoomlaShine.com

Desenvolvimento: logo ciasc rodape | Gestão do Conteúdo: FCEE | Acesso restrito